Na China com Carlos Wizard: CEO da The Future School, João Aleixo, traz ao Brasil ideias para transformar aprendizado dos seus alunos

João Aleixo, The Future School, participa de missão na China coordenada por Carlos Wizard. (Divulgação)

Empreendedor passou 10 dias em polos de inovação como Shenzhen e Hong Kong, conheceu empresas como BYD e startups de super apps, e pretende adaptar o que viu para transformar a educação tecnológica dos seus alunos brasileiros.

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Entre os dias 11 e 21 de abril, João Aleixo, CEO da The Future School, viveu uma imersão que promete deixar marcas profundas na sua trajetória e no currículo de seus alunos. Ele foi um dos empresários selecionados para participar de uma missão à China liderada por Carlos Wizard, um dos nomes mais conhecidos na área de educação no Brasil.

 

Durante dez dias intensos, João percorreu cidades como Shenzhen, Guangzhou e Hong Kong em busca de objetivos claros: entender de forma imersiva as tecnologias que estão sendo utilizadas nesses polos de inovação e como trazer esses aprendizados para seus alunos no Brasil.

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“O que motivou? Dois pilares: O primeiro é o foco em tecnologia, então o objetivo estava em trazer inovações e conteúdos novos para os meus alunos da The Future School e estar de olho no que o mundo vai precisar nos próximos anos. E o segundo pilar foi a oportunidade de estar perto do Carlos Wizard, um dos maiores nomes da área educacional no país, recebendo mentorias e orientações valiosas”, explica João.

 

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A missão passou por alguns dos maiores centros tecnológicos do mundo. João visitou a fábrica da BYD, maior montadora de carros elétricos do planeta, que recentemente ultrapassou a Tesla. “Conhecemos um pouco sobre a história da empresa e foi incrível notar como eles se orgulham de suas patentes e inovações tecnológicas. A BYD já tem mais de 40.000 pedidos de patente no mundo todo”, conta João, que também relatou o quanto a sociedade chinesa está à frente em termos de tecnologia aplicada ao cotidiano.

 

O grupo de empresários também visitou o Moli Group, gigante do live marketing na China, e a Phiz, startup fundada por um brasileiro que mora em território chinês. A Phiz trabalha em um super app para o Brasil — tendência fortíssima no mercado asiático — com soluções integradas como delivery, pagamentos e comunicação. “Super app é um aplicativo que concentra vários tipos de soluções diferentes em um único lugar. De forma resumida, consiste em um aplicativo onde você pode pedir comida, entrar em contato com alguém, fazer pagamentos ou pedir um táxi, por exemplo”, explica João.

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O CEO da The Future School também conta que esse conceito de reunir múltiplas soluções em um só lugar pode ser adaptada à educação, criando um ambiente mais fluido e eficiente para o aluno.

 

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Para João, o que viu na China reforçou que a The Future School está no caminho certo. “Os meus alunos aprendem, por exemplo, linguagens como Python, Javascript, CSS, C e C++ e tudo isso também é usado na China pelos programadores locais. Então, fiquei bem feliz porque o que os meus alunos aprendem aqui está sendo utilizado no mundo todo”.

 

Além disso, chamou atenção o uso prático da robótica para solucionar problemas do cotidiano. “É incrível poder observar robôs para todos os lados. Robôs para fazer café, delivery, limpar o chão, realizar o tratamento de piscinas e até robôs que exercem a função de cães-guia. Eles usam robótica de verdade para resolver problemas reais”, comenta.

 

Inspirado por isso, João pretende reformular alguns módulos de sua escola no Brasil, com base no que observou no cotidiano chinês e na Canton Fair, a maior feira de importação e exportação do mundo, que também fez parte da missão.

 

Educação de verdade: sem maquiagem

João não tem uma visão muito otimista do modelo educacional tecnológico que predomina no Brasil. “A maior parte das escolas no Brasil oferece kits de robóticas compartilhados, materiais divididos para dois, três, quatro, cinco alunos. A maioria dos diretores de escola implementa uma robótica que não fazem ideia de como funciona. Então, em torno de 90 a 95% da robótica nas escolas é maquiagem. É apenas para falar que tem robótica na grade, tirar foto para colocar no Instagram e aumentar o preço da mensalidade dos pais”, denuncia.

 

Em contrapartida, o CEO também esclarece que os 5% restante das escolas estão comprometidas com o ensino da robótica e da tecnologia de verdade e que a The Future School se orgulha de exercer um papel muito forte nesse percentual.

 

Na The Future School, os alunos são expostos a três grandes áreas: robótica (que engloba programação, eletrônica e mecânica), desenvolvimento de jogos e criação de aplicativos. “Além da robótica, nós também temos dois pilares muito importantes na tecnologia, que consiste no desenvolvimento de jogos, o maior mercado de entretenimento do mundo, e o módulo de programação de aplicativos, que é a área mais lucrativa no mercado hoje. Então, a gente entende que tecnologia é muito mais do que montar pecinhas ou montar bloquinhos, que, diga-se de passagem, é o que a maior parte das escolas faz. Nós mostramos ao aluno que ele tem três caminhos para seguir dentro da área da tecnologia e cada um desses caminhos abre um mundo infinito de possibilidades e oportunidades”, detalha João.

 

Ainda de acordo com o empresário, a chave do sucesso de sua escola vem sendo preparar os alunos desde cedo para a maioria dos cenários possíveis. “A gente pega um aluno do zero e, se ele passar por toda a formação, vai desenvolver projetos de Internet das Coisas (IoT) e aprender programação profissional, passando pelas linguagens de m Python, C++, CSS, JavaScript, HTML e outras”.

 

Visão de futuro e novos caminhos

Ao retornar da missão na China, João Aleixo, CEO da The Future School, destacou a importância de investir em conhecimento antes que a vida cobre esse preço de forma mais dura. “A minha mensagem é para os pais optarem para o filho pelo preço do aprendizado de sala de aula, porque esse é um preço muito mais barato do que o aprendizado da vida real”, afirmou. Segundo ele, quando uma escola investe em pesquisa, inovação e formação pedagógica de qualidade, oferece aos alunos muito mais do que conteúdo, entrega preparo para lidar com as exigências do mundo. “O preço do aprendizado pela vida, é aquele que você paga ao perder uma oportunidade de emprego porque não sabe lidar com novas tecnologias ou não sabe falar um outro idioma, por exemplo”, completou.

 

A The Future School já iniciou o processo de curadoria do que será integrado ao currículo. “Estamos analisando tudo que vimos: impressão 3D, realidade aumentada, blockchain, novas formas de IA. A pergunta agora é: o que é relevante para crianças de 7 a 17 anos aprenderem hoje, para estarem preparadas para as profissões do amanhã?”

 

Para João, a escolha entre o aprendizado planejado e os custos da falta de preparo pode definir o futuro de uma geração.