A cantora Li Martins emocionou o público ao voltar a cantar pela primeira vez desde a morte do marido, JP Mantovani, em setembro. O gesto foi visto por fãs e amigos não apenas como uma retomada de sua carreira, mas também como uma forma de transformar a dor em homenagem. Em um momento delicado de sua vida pessoal, subir ao palco significou dar voz à saudade e resgatar a conexão com memórias afetivas vividas ao lado do companheiro.
Para a psicóloga Mariane Pires Marchetti, especialista em transtornos de ansiedade e terapia cognitivo-comportamental, o retorno de Li ao canto representa um passo importante dentro do processo de luto.
“O luto é um processo muito particular e cada pessoa encontra diferentes caminhos para lidar com a dor da perda. No caso de Li Martins, voltar a cantar após a morte do marido representa mais do que retomar uma atividade profissional, é também uma forma de elaborar sentimentos”, explica.
Segundo a especialista, a música pode se tornar um espaço de expressão em que sentimentos difíceis ganham voz. “Quando ela escolhe cantar nesse momento tão delicado, transforma a saudade em homenagem e mantém vivo o vínculo afetivo que construiu ao longo dos anos. Esse gesto mostra como a arte pode ser um recurso de cuidado emocional, ajudando não apenas a externalizar a dor, mas também a ressignificar memórias e a dar um novo sentido à ausência”, acrescenta.
De acordo com Mariane, retomar o canto pode ser entendido como uma forma de integrar a perda à história de vida de Li Martins. “É um passo importante para seguir em frente, sem deixar de lado o amor e a intensidade do que foi vivido”, conclui.







