Prisão de ventre: descubra as causas e como combatê-la
Veja o que causa a prisão de ventre e como melhor o seu organismo no dia a dia

Veja o que causa a prisão de ventre e como melhor o seu organismo no dia a dia
Prisão de ventre, ou constipação intestinal (termo usado na medicina), é caracterizada pela dificuldade de evacuar. Segundo o gastroenterologista Ronaldo Carneiro Santos, esse tipo de problema pode ser identificado pelo esforço excessivo ao evacuar, fezes com consistência aumentada ou endurecidas, redução na frequência normal de evacuação – menos de 3 vezes por semana – ou pela sensação de evacuação incompleta.
De acordo com o médico, a prisão de ventre, algumas vezes, pode estar associada a hábitos de vida com baixa ingestão de líquido e de fibras na dieta e falta de atividade física regular. Mas, pode também estar ligada a outros fatores. “O uso de determinados medicamentos, quadros como a depressão e ansiedade, doenças metabólicas como o diabetes e o hipotireoidismo, além de doenças neurológicas”, explica Ronaldo Carneiro.
Para o gastroenterologista, o controle destes fatores pode minimizar os sintomas da constipação. “Principalmente a correção dos hábitos alimentares, maior ingestão de líquidos e com o combate ao sedentarismo e estresse cotidiano”, acrescenta.
Algumas doenças também podem alterar o funcionamento regular do intestino, causando diarreia ou constipação. “A alteração na ‘motilidade intestinal’ pelas alterações das contrações do músculo do intestino, chamadas de peristalse, determinam essas doenças”, explica Ronaldo Carneiro.
A síndrome do intestino irritável, por exemplo, pode cursar com diarreia, constipação ou apresentar-se na forma “mista” – o paciente intercala períodos de diarreia com outros de constipação e a dor ou o desconforto abdominal estão presentes.
O paciente com constipação intestinal deve procurar melhorar a qualidade de vida e eliminar os fatores que causam os sintomas, pois, além do desconforto, com o passar do tempo, o funcionamento do intestino piora. Inclusive, muitas vezes, são necessárias manobras médicas alternativas para que a pessoa consiga evacuar.
Além disso, esse problema também pode desencadear outras doenças. “Fissuras no ânus, hemorroidas e divertículos intestinais são doenças bastante frequentes e associadas à constipação. Também cabe lembrar que a prisão de ventre aumenta a chance de desenvolvimento de câncer de intestino”, alerta o gastroenterologista.
Qualquer pessoa pode sofrer com uma obstrução intestinal, seja alguém que já estava previamente constipado ou não. Contudo, é importante salientar que essa obstrução é considerada uma emergência médica.
“Se um indivíduo com história de prisão de ventre está sem evacuar há muitos dias e apresenta dor abdominal importante, febre ou demais sinais de alarme, deve-se levá-lo a um hospital para avaliação médica detalhada e realização de exames pertinentes”, explica Ronaldo Carneiro.
Segundo ele, é comum a ocorrência da formação de um ‘fecaloma’, ou seja, massa de fezes bastante endurecida, que obstrui o trânsito fecal e acaba por levar o indivíduo à emergência.
A prisão de ventre também pode afetar bebês e crianças. No caso dos bebês, pode estar relacionada com a alimentação da mãe no período de amamentação e com hábitos dietéticos inadequados dos pequenos.
“Crianças costumam transgredir dietas com bastante frequência e bebem pouco líquido. Nesse contexto, também vale enfatizarmos que, atualmente, muitas crianças na ‘era tecnológica’ não praticam atividade física como deveriam”, analisa o médico.
A melhor forma de melhorar o quadro infantil é monitorar o consumo de água e de fibras. Se a criança ficar mais de 7 dias sem evacuar, é recomendável procurar um profissional de saúde para avaliar.
Algumas pessoas costumam ignorar os sintomas da constipação intestinal e aprendem a conviver com eles, mesmo com o desconforto. Outras, optam pela automedicação. Contudo, essas atitudes não são recomendáveis, pois podem agravar a doença. O ideal é sempre procurar ajuda médica para tratar o problema.
Segundo Ronaldo Carneiro, o tratamento pode variar de paciente para paciente. “Seja pela correção dos hábitos inadequados com relação a dieta, ingestão de líquidos e sedentarismo, ou pela necessidade do uso de suplementos alimentares ou medicamentos para cada caso, na dependência do tipo de paciente, idade, intensidade do quadro e, obviamente, causa aparente ou confirmada”, explica.
Com a correria do dia a dia ou, até mesmo, pelo desconforto em fazer as necessidades fisiológicas fora de casa, muitas pessoas deixam de evacuar quando sentem vontade. “O cérebro passa a entender que não necessita mandar a mensagem para o intestino contrair adequadamente. Com o passar do tempo, a piora da peristalse, ou seja, contrações do intestino, passa a ser praticamente inevitável e, consequentemente, vem a piora progressiva da prisão de ventre”, explica Ronaldo Carneiro Santos.
Existem atitudes que podem melhorar o funcionamento do intestino, como ingerir bastante líquido, comer alimentos com fibras, fazer atividade física regular – pelo menos 150 minutos por semana – , evitar a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, não fumar e controlar o estresse e a ansiedade. “Além disso, realizar exames que auxiliam no rastreamento de possíveis doenças, sobretudo câncer, com a periodicidade determinada pelo médico, é de extrema importância”, alerta Ronaldo Carneiro Santos.