O caso não é grave, mas os médicos orientaram que o presidente evitasse viagens longas

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O presidente Lula (PT) sofreu uma queda no último sábado, 19, no banheiro do Palácio da Alvorada. Ele teve um ferimento na cabeça e precisou cancelar a viagem que faria a Kazan, na Rússia, para a reunião da cúpula dos Brics. A expectativa é que o chefe do executivo participe da reunião por videoconferência.

 

O ferimento

Lula teve um ferimento corto-contuso, que significa um corte na pele quanto uma contusão (machucado) nos tecidos mais profundos. O neurocirurgião Jamil Farhat Neto (CRM-SP 141.252 e RQE 74.302) comenta que isso geralmente acontece quando há um impacto com um objeto que não só corta a superfície, mas também causa um esmagamento dos tecidos ao redor. “Esses ferimentos podem variar de leves a graves, dependendo da intensidade do trauma e da área afetada”, esclarece.

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Segundo o médico, a região occipital está localizada na parte posterior do crânio, na base da cabeça. Jamil diz que é uma área crucial para a visão, por ser onde está localizado o córtex visual do cérebro, que processa as informações visuais enviadas pelos olhos. Ele reforça que um trauma de alto impacto nessa região pode afetar a visão ou causar sintomas como tonturas e dores de cabeça.

 

Nível de gravidade

Conforme o especialista, o nível de gravidade de um ferimento corto-contuso depende da profundidade do corte e dos danos intracranianos. Se houver envolvimento apenas da pele e dos tecidos superficiais, o ferimento pode ser tratado de forma mais simples. “No entanto, se houver impacto profundo, atingindo os ossos do crânio ou causando sangramento interno, como um hematoma, o caso se torna mais grave, podendo exigir cuidados intensivos e até uma neurocirurgia”, pontua.

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Tratamento

Jamil lembra que o tratamento inicial inclui limpar e desinfetar o ferimento para evitar infecções. Dependendo da profundidade, pode ser necessário suturar o corte, e exames de imagem, como tomografia computadorizada, são realizados para verificar se há lesões internas, como fraturas ou sangramentos. Em casos mais sérios, o médico ressalta que pode ser necessário monitoramento hospitalar e até intervenção cirúrgica. Além disso, medicamentos para controlar a dor e prevenir infecções podem ser prescritos.

 

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Dr. Jamil Farhat Neto – Foto divulgação

 

De acordo com o neurocirurgião, o repouso é fundamental, especialmente nas primeiras 48 horas após o trauma, quando os sintomas ainda podem evoluir. O tempo de repouso depende da gravidade do ferimento e da presença ou não de lesões cerebrais. “Em casos leves, o paciente pode retornar às atividades normais em poucos dias, evitando esforço físico. Já em traumas mais significativos, o repouso pode se estender por semanas, com retorno gradual às atividades conforme a recuperação e orientação médica”, finaliza.

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