Cirurgia de prótese no joelho: saiba as vantagens proporcionadas aos pacientes

O apresentador Ratinho e a atriz norte-americana Brooke Shields – Foto divulgação

Especialista diz que os principais objetivos da cirurgia de prótese de artroplastia do joelho são sempre o de alívio da dor, devolução da mobilidade, funcionalidade no dia a dia e autonomia para o paciente viver bem

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O apresentador Ratinho e a atriz norte-americana Brooke Shields são duas personalidades famosas que já disseram publicamente que fizeram a cirurgia para a colocação de prótese no joelho. O ortopedista Inácio Ventura (CRM-DF 16.921 e RQE 8.387), pós-graduado em Cirurgia do Quadril e Joelho pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), conta que a principal indicação para o procedimento cirúrgico é algum caso de artrose avançada do joelho. Segundo o médico, a cirurgia é recomendada se foram tentadas e esgotadas outras alternativas de tratamento (não cirúrgicas preferencialmente), ou quando esta artrose avançada traz limitação para a vida do paciente (desgaste da cartilagem do joelho, degeneração e artrose que provoca dor).

Ventura explica que esse desgaste requer a realização da artroplastia total do joelho, o que significa substituir a cartilagem da parte articular do fêmur e da tíbia — a patela pode ser recapeada e recoberta por uma prótese ou não. Nos casos em que há somente um compartimento do joelho acometido, pode ser realizada uma artroplastia unicompartimental ou prótese parcial do joelho.

Ele aponta que são indicações comuns e correlatas para a cirurgia as artrites inflamatórias, normalmente decorrentes de doenças autoimunes, doenças reumatológicas, como artrite reumatoide, lúpus, gota e tantas outras que podem levar a destruição da articulação do joelho. Além disso, as artroses pós-traumáticas, como sequelas de fraturas, levam a essa degeneração da articulação e as osteonecroses do joelho.

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Benefícios da prótese de artroplastia do joelho

De acordo com o especialista, os benefícios trazidos pela prótese de joelho incluem a devolução da mobilidade da articulação, que se tornou rígida pelo processo de doença; devolução do alinhamento ideal do membro inferior — há deformidades para um lado ou outro do joelho (perna tipo “tesourinha” chamada de joelhos valgos, ou a perna “arqueada” que tem o nome de joelhos varos) —, e a recuperação do alinhamento ideal da perna dos membros inferiores. O médico reforça que o procedimento cirúrgico devolve a estabilidade, pois a doença degenerativa do joelho leva a quadros de frouxidão e instabilidade (sensação de que o joelho “sai do lugar”).

 

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Prática esportiva após a colocação da prótese

O ortopedista esclarece que é possível voltar a praticar esportes. No entanto, isso depende do nível de atividade que era exercido anteriormente à cirurgia, do grau de degeneração da articulação e da saúde global do paciente.

Ventura observa que os indivíduos que praticavam esportes de maior intensidade, como, por exemplo, futebol e maratona, muitas vezes, não conseguem voltar a realizá-los como antes do problema no joelho. Entretanto, se eles realmente retornarem, o médico orienta que as atividades não sejam feitas excessivamente pelo risco de desgaste da prótese que foi colocada.

 

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Quando o paciente não quer operar o joelho

O ortopedista salienta que essa é uma decisão que cabe ao paciente, e o papel do médico é esclarecer e mostrar opções. Ele enfatiza que se a pessoa decide não operar, existe a tentativa de trabalhar outras medidas paliativas para dar o máximo de alívio.

Recursos não intervencionistas, como a fisioterapia de qualidade, modificação de hábitos, melhorias do padrão alimentar e da qualidade de sono, exercício físico orientado e todos os parâmetros de melhora de qualidade de vida, podem auxiliar. O especialista lembra também que existem recursos medicamentosos e a utilização de suplementos que ajudam neste processo, e em casos restritos, os indivíduos podem usar órteses para apoiar e corrigir pequenas deformidades, ou instabilidades articulares.

Conforme o médico, os recursos intervencionistas (pequenos procedimentos) são feitos por agulhas e geram a redução da dor articular, por meio da ação direta nos nervos que levam a dor do joelho ao cérebro — ao conseguir anular esse efeito, temos a radioablação dos nervos sensitivos do joelho. Também é possível aplicar uma diversidade de substâncias no joelho, como fitoterápicos, anti-inflamatórios e medicamentos, porém, a principal é o uso do ácido hialurônico. “Essas são alternativas para o paciente que não deseja operar. Contudo, é importante que ele tenha consciência de que, se já houver indicação da cirurgia, a doença estará provavelmente no estágio muito avançado”, ressalta.

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Ventura chama a atenção que a cirurgia nunca pode ser a única alternativa, mas é normalmente a melhor opção. Ele pondera que se essas medidas já foram tentadas e não adiantaram, o desfecho pode não ser o melhor. “O caminho passa a ser um paciente que fica cada vez mais imóvel. A imobilidade pode atrapalhar e levar a problemas cardiovasculares, pulmonares, intestinais, renais, vasculares, cerebrais”, afirma.

 

Dr. Inácio Ventura – Foto divulgação

 

O especialista cita que pode ocorrer a perda da relação social, levando o paciente a problemas psiquiátricos. Isso é frequentemente associado à depressão que, por conta do isolamento imposto pela falta de mobilidade e à dependência completa, levou o indivíduo a ter esse quadro pela questão que poderia ter sido resolvida por meio da colocação de prótese no joelho.