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Lícia Manzo - Crédito: Globo / João Cotta
Lícia Manzo – Crédito: Globo / João Cotta

Lícia Manzo conta sobre a ideia para escrever Um Lugar ao Sol, que conta a história dos gêmeos Christian e Renato

A autora Lícia Manzo fará a sua estreia com uma novela das nove na Globo nesta segunda-feira, 08/11, com o início de Um Lugar ao Sol. Antes disso, ela já escreveu duas novelas das 6 – A Vida da Gente e Sete Vidas – e também já escreveu para programas de humor, como Sai de Baixo, Retrato Falado, A Diarista, e o seriado Tudo Novo de Novo. Com a chegada de sua nova novela, ela contou mais sobre a ideia para a trama, que gira em torno de irmãos gêmeos que são separados antes do primeiro ano de vida e se reencontram anos depois.

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Assim, Lícia relembrou como surgiu a ideia para a nova novela. “Difícil saber de onde vêm as ideias. Lembro que havia terminado um trabalho, em 2017, e viajei de férias para São Miguel dos Milagres. Sentada na praia, ouvi uma canção de Tracy Chapman, ‘Mountain of Things’. Lembro de ter pensado pela primeira vez, ali, nas linhas gerais da história, que anotei no bloco de notas do celular”, disse ela.

E completou: “De volta ao Rio, assisti na Globonews ao documentário ‘Meus 18 Anos’, sobre jovens que, ao completarem a maioridade, precisam deixar o abrigo para menores onde foram criados. Lembro de ter ficado comovida com os depoimentos desses jovens: alguns sonhavam ser advogados, médicos, engenheiros, enfim. Aos 18 anos, estavam sozinhos no mundo, entregues à própria sorte. Ainda assim, sonhavam se tornar alguém, fazer diferença, ter um lugar ao sol. A partir daí, acredito, foi se formando para mim o novelo central da novela: dois irmãos gêmeos, idênticos, separados no nascimento“.

Então, ela teve a ideia dos seus protagonistas. “Um deles, Christian, encaminhado a um abrigo. O outro, Renato, adotado por um casal abastado. Ao trazê-los para o centro da trama, ou mais que isso, ao fundi-los em um só (na medida em que o primeiro deverá tomar para si a vida e identidade do segundo) questões como integridade, ética, desigualdade social são levantadas na novela, não de um ponto de vista estatístico ou factual, mas íntimo, subjetivo e humano“, contou.

A autora ainda contou sobre como foi escrever uma novela em plena pandemia de Covid-19. “Sim e não. O autor de novelas, de certo modo, já vive uma espécie de quarentena. Você não viaja, não vai a festas, não sai para beber com os amigos. O maior impacto, para mim, foi não poder encontrar minha equipe. Durante um ano e meio trabalhamos remotamente – o que num processo humano, sensível, criativo, pode ser desafiador. De todo modo, durante quase um ano, me refugiei no mato e escrevi de lá, cercada de cachorros, galinhas – o que ajudou a restaurar minha humanidade”, afirmou ela, que adorou o resultado da novela após as gravações repletas de protocolos da pandemia. “Sem frio na barriga não existe criação. Mas a pandemia, nesse sentido, foi um desafio a mais. E ao assistir os primeiros capítulos em casa, me flagrei surpresa, incrédula, com o resultado impecável e com a capacidade de adaptação da equipe e da empresa, que rapidamente criou condições seguras para que o trabalho pudesse seguir.”

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Por fim, apesar de ter protagonistas homens, Lícia Manzo garante que não deixou de lado a sua característica de construir mulheres fortes e ir à fundo no universo feminino. “Mulheres representam metade da humanidade, embora até hoje sejam tratadas como uma espécie de minoria. Escrever uma trama sem personagens femininas centrais, seria escrever sobre um mundo manco. Um mundo que não conheço“, contou.

Um Lugar ao Sol estreia nesta segunda-feira, 08/11, após o Jornal Nacional.

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