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Grazi Massafera
Grazi Massafera – Crédito: Reprodução / Globo

Esta sexta-feira (24) é um dia de muitas lágrimas: de emoção, de felicidade e de dever cumprido. Pelo menos para Grazi Massafera, que encerra o trabalho em Bom Sucesso, onde viveu a protagonista Paloma. Em uma conversa com o Portal Márcia Piovesan, ela faz uma avaliação da trama, do quanto cresceu como atriz e de como a novela de Rosane Svartman e Paulo Halm a levaram de volta às origens. Com a diferença que de que ela agora sabe o tamanho que ocupa na televisão e no coração das pessoas.

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Que avaliação você faz de Bom Sucesso, que chega hoje ao seu capítulo final?
Trabalhei por três, mas hoje posso dizer que foi uma das melhores coisas que já fiz. Todo mundo me pergunta sobre Verdades Secretas, mas Bom Sucesso foi mais difícil. Com a Larissa – da trama das 23h – eu tinha mais tempo para estudar, e menos dias de gravação, então eu ia mais segura. Aqui é mais corrido, e por mais que ela seja uma mulher simples, do cotidiano, fazer o simples também é difícil. Os bastidores também foram muito legais, de muito aprendizado, de muita troca, foi muito prazeroso. Ter o Fagundes, o Romulo, a Fabiola, o David, todo mundo, e as crianças…Nunca havia trabalhado com crianças tão talentosas e que querem estar ali. Fez uma diferença imensa de ter essas crianças tão disponíveis.

O que a Paloma te ensinou?
Acho que a Paloma me fez entrar em contato novamente com minha essência, que é a simplicidade, das relações das coisas. Acho que voltei a essa minha essência. Acho que ela me reconectou.

Uma vez, você disse que quase não aceitou o papel? Por que?
Porque eu queria estar mais presente na alfabetização da Sophia. Mas, no final deu tudo certo. Foi o primeiro papel que deixei ela ver, que ela acompanhou de verdade. Ela e os amiguinhos são apaixonados pela novela. E foi um ano muito especial. O Cauã (Reymond) ajudou demais, e ela teve muita maturidade. Nos momentos que eu estava em casa, eu estava junto com ela, que se alfabetizou lindamente, num momento que eu estava falando sobre literatura na TV junto com um grupo que ama fazer isso, como Fagundes, que é apaixonado por livros. Foi muito especial e até emblemático passar por esse momento da novela com minha filha se alfabetizando, falar sobre leitura, me inspirar para ler mais e inspirar outras pessoas.

Em Verdades Secretas você mostrou que o quanto podia estudar para um personagem. Mas, em Bom Sucesso, você mostrou ao povão que veio para ficar. Como se sente?
Eu aprendi aos olhos do público. Em qualquer outra profissão se aprende de outra forma, vai para a faculdade, se forma e, aos poucos, conquista o seu espaço, mas eu fui jogada aos leões. Fiz o caminho inverso, eu não era atriz, não ligava para ser atriz, queria dinheiro, queria sustentar minha família, e hoje sou apaixonada. Vem sendo muito importante para mim, tocar o coração das pessoas, servir para estimular os diálogos.

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Como assim?
Na minha casa não existia o diálogo: meu pai era pedreiro, minha mãe costureira, e eles não eram de diálogos, eram um pouco ignorantes no sentido de falar e demonstrar. Faltava vocabulário, e a novela servia de diálogo, até mesmo silenciosos. De repente sentava todo mundo para assistir à novela, surgia um tema, a gente passava a se comunicar sobre aquilo, e às vezes a gente só se olhava, o que já era um tipo de diálogo. Geralmente as famílias se sentam à mesa na hora do jantar e conversam sobre seu dia, eu faço isso hoje com minha filha, mas antes, eu usava a novela como forma de diálogo. Servir de diálogo para as pessoas dentro de uma casa, entrar um pouquinho no sentimento delas, é o que a profissão me traz de precioso.

O que você vai fazer após a novela?
Férias! Vou grudar na minha pequena! Já estou organizando pacotes de férias para aproveitar o máximo que eu puder, ficar um pouco quietinha e me alimentar de coisas novas. Viajar é tão gostoso por vários motivos: para relaxar, para observar, para ficar em contato com a minha pequena, abrir a minha cabeça como atriz. É tão bom viajar quando a gente tem condição para isso. Eu não sabia, achava que tinha que só trabalhar, trabalhar, trabalhar, aí chegou um momento que vi o quanto é especial se dedicar e investir nisso.

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