O influenciador mineiro Adair Mendes Dutra Junior, mais conhecido como Junior Dutra, faleceu na última sexta-feira (3/10), aos 31 anos. Ele havia enfrentado sérios problemas de saúde após realizar um procedimento estético conhecido como fox eyes. No entanto, após a tragédia, um médico analisou o caso e apontou os perigos.
Em entrevista à CARAS Brasil, o cirurgião-plástico Dr. Nicola Biancardi, comentou sobre o procedimento feito pelo influenciador. Para quem não sabe, é uma técnica que utiliza fios para levantar o olhar e arquear as sobrancelhas. “Esse efeito pode ser obtido de diferentes formas: com fios de sustentação, toxina botulínica (para abertura do olhar), preenchedores na região temporal ou até cirurgias (como cantopexia ou lifting temporal). Na versão minimamente invasiva com fios, o profissional insere fios absorvíveis de ácido polilático ou polidioxanona (PDO) sob a pele, tracionando o tecido para cima e fixando-o em um vetor ascendente, criando o efeito de elevação imediata”, contou.
Entretanto, apesar de rápido, o profissional apontou os riscos e possíveis complicações como:
- Assimetria facial (um lado mais tracionado que o outro);
- Lesões nervosas (se o fio for colocado em plano incorreto);
- Infecção local ou formação de nódulos;
- Reações inflamatórias tardias e migração do fio;
- Resultados transitórios — o efeito dura geralmente de 3 a 6 meses.
Riscos do procedimento
“O risco aumenta quando o procedimento é feito por profissionais não habilitados, sem conhecimento anatômico profundo da região periocular e temporal”, garantiu. Aliás, sobre isso, ele ainda afirmou que está cada vez mais comum profissionais sem formação trabalharem com procedimentos estéticos.
“Isso é ilegal e extremamente perigoso. Sem o domínio da anatomia facial e sem condições adequadas de assepsia, há risco de: Necrose cutânea e cegueira (em casos de injeção vascular acidental); Infecções graves e cicatrizes; Complicações tardias irreversíveis”.
E finalizou: “O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) reforçam que apenas médicos devidamente habilitados podem realizar procedimentos invasivos. A estética segura exige não apenas técnica, mas também formação médica e compromisso ético com o paciente”.







